O que define um desastre natural?
Desastres naturais são frequentemente considerados inevitáveis, pois resultam de forças da natureza. No entanto, as escolhas políticas e de gestão podem agravar os seus efeitos, especialmente em contexto urbano.
- Decisões políticas: A falta de políticas eficazes de construção e fiscalização pode transformar um evento natural em catástrofes humanas. Exemplos incluem a não-implementação de políticas de construção rigorosas e a ausência de fiscalização de obras.
- Infraestruturas: Edifícios mal preparados para abalos sísmicos ilustram desastres amplificados por falhas humanas. Em Portugal, uma significativa proporção de edifícios não segue as normas de segurança sísmica adequadas.
- Gestão inadequada: Apesar dos riscos conhecidos, muitos governos falham na implementação de planos de segurança eficientes, aumentando a vulnerabilidade das populações. Isto destaca a necessidade de reformular a preparação sísmica em Lisboa para evitar tragédias previsíveis.
Desastres, portanto, resultam tanto de eventos naturais como das decisões tomadas por aqueles que nos governam. Para compreender melhor o impacto das condições naturais em outros tipos de eventos, podes consultar o nosso episódio sobre incêndios e condições climatéricas.
Qual é o nível de preparação sísmica em Lisboa?
A preparação sísmica em Lisboa encontra-se aquém das expectativas. Apesar dos riscos conhecidos, a cidade ainda carece de estratégias eficazes para garantir a segurança das suas infraestruturas.
- Falta de fiscalização: Em Lisboa, a fiscalização de obras é insuficiente para garantir o cumprimento das normas antissísmicas. Estima-se que 60% dos edifícios em Portugal foram construídos antes da legislação de 1958, que introduziu normas de segurança sísmica.
- Qualidade das construções: Não só os edifícios mais antigos estão em risco como também os construídos entre as décadas de 60 e 80. A escassez de fiscalizações adequadas questiona-se se essas construções seguiram realmente as normas em vigor na altura.
- Riscos não mitigados: Apesar destas preocupações, não há qualquer obrigatoriedade de seguro para riscos sísmicos em Lisboa. Atualmente, potencias falhas nas infraestruturas, como hospitais ou escolas, tornam a situação ainda mais preocupante.
Para teres um panorama mais completo sobre comportamentos a adotar antes, durante e após um sismo, dá uma olhada por aqui: risco de sismo e o que fazer?.
Como as decisões políticas influenciam a preparação sísmica?
Decisões políticas têm um impacto direto na segurança contra sismos, especialmente em cidades como Lisboa.
Escolhas erradas podem agravar as consequências de um evento sísmico.
"O Presidente da Câmara acha que estamos preparados (...) ou está a tentar tranquilizar a população e não gerar pânico, ou está mal informado."
A falta de fiscalização das obras e a inexistência de seguros obrigatórios contra sismos mostram a ausência de políticas proativas.
Além disso, edifícios essenciais como hospitais e escolas estão em risco, devido a falhas de fiscalização e construção inadequada.
Sem dúvida, muitos desses problemas resultam de decisões controversas, como a aprovação de construções em áreas vulneráveis.
"Aquilo é precisamente um dos locais de Lisboa onde o sismo se sentirá com maior intensidade. O que é que tu fazes? Construís um hospital."
As escolhas políticas influenciam diretamente a capacidade de uma cidade resistir a um sismo e a recuperação posterior.
Para evitar uma tragédia, é necessário reformular as abordagens políticas e implementar políticas de construção eficazes.
As lições são claras: prevenir é o melhor remédio quando se trata de enfrentar desastres naturais.
Quais são as consequências económicas de um sismo em Lisboa?
Um grande sismo em Lisboa pode ter consequências económicas devastadoras. O impacto estende-se a vários setores críticos da economia.
- Perda do PIB: Um abalo significativo poderia representar até 6% do PIB do país. Esta perda seria quase equivalente a um colapso económico.
- Impacto no setor bancário: Muitas habitações estão hipotecadas. Sem seguro de riscos sísmicos, a banca enfrenta perdas consideráveis caso as propriedades colapsem.
- Danos em infraestruturas: Hospitais e escolas sob risco de colapso afetariam severamente a recuperação. A reconstrução rápida e eficaz seria crucial, mas extremamente onerosa.
- Atraso na recuperação: O investimento atrasado ou insuficiente em segurança sísmica pode prolongar a recuperação económica significativamente.
Essas consequências mostram a necessidade urgente de melhorar a preparação sísmica em Lisboa. Como discutir o impacto financeiro de desastres e medidas de contenção pode ajudar a mitigar riscos futuros, aciona um sistema de segurança que protege pessoas e patrimônio.
O que pode ser feito para melhorar a segurança sísmica?
- Fiscalização rigorosa: Implementar verificações mais frequentes para garantir que as construções respeitam as normas de segurança sísmica.
- Incentivos fiscais: Introduzir benefícios fiscais para edifícios que adotem tecnologias antissísmicas, estimulando proprietários e construtores a investir na segurança.
- Políticas de construção aprimoradas: Reformular as políticas atuais para incorporar exigências mais rígidas e adequadas à realidade sísmica de Lisboa.
- Educação e formação: Capacitar engenheiros e trabalhadores da construção através de cursos técnicos que abordem práticas de construção sísmica.
- Seguro de riscos sísmicos obrigatório: Tornar obrigatórios os seguros de risco sísmico para novas construções, protegendo patrimónios e incentivando práticas construtivas seguras.
- Iniciativas de comunicação: Sensibilizar a comunidade sobre comportamentos a adotar antes, durante e após um sismo, promovendo a preparação individual e coletiva.
- Retrofitting de edifícios existentes: Aproveitar oportunidades de renovação urbana para integrar estruturas intensísmicas em edifícios vulneráveis.
Implementar estas medidas pode não só salvar vidas como também proteger a economia e garantir uma resposta eficaz a potenciais desastres.