25 de outubro, 2024
Explora as causas e soluções para o problema das casas devolutas e resíduos civilizacionais no mercado imobiliário português.
Gerado pela Frigideira
Resíduos civilizacionais referem-se a edifícios abandonados e áreas industriais não utilizadas que existem no tecido urbano, mas carecem de funcionalidade ou valor. São, em essência, uma forma de "lixo" urbano que permanece sem utilidade.
Esses espaços inutilizados têm um impacto significativo na economia e no mercado imobiliário. Em primeiro lugar, contribuem para a degradação das cidades, criando áreas não acolhedoras e muitas vezes perigosas. Além disso, a presença de habitações abandonadas e edifícios em semirruína reduz o valor das propriedades circundantes, dificultando a revitalização e o investimento imobiliário.
Por outro lado, essas estruturas não proporcionam retorno económico, permanecendo inativas e sem gerar receitas para os proprietários. Tudo isso resulta num ciclo vicioso de abandono e estagnação, onde o mercado imobiliário sofre com a falta de oferta e dinamismo necessários para um crescimento saudável e inclusivo. Estes resíduos civilizacionais simbolizam, portanto, um grande desafio e uma oportunidade para repensar e reformular as políticas urbanas e habitacionais.
Este conjunto de questões resulta num número significativo de casas abandonadas em Portugal, limitando o dinamismo do mercado imobiliário.
Estas propostas visam fomentar a revitalização do tecido urbano. Para um cenário mais detalhado sobre os desafios do mercado imobiliário em Portugal, é crucial entender o contexto actual e os obstáculos a superar.
A avaliação imobiliária desempenha um papel crucial na manutenção das casas vazias em Portugal. Em primeiro lugar, a falta de depreciação de edifícios antigos cria uma distorção significativa no mercado. Edifícios que deveriam perder valor devido à idade e condição muitas vezes mantêm-se inalterados em termos de valorização.
Além disso, o valor elevado atribuído a propriedades devolutas desencoraja a reabilitação. Os proprietários percebem que manter estas estruturas intactas pode ser mais vantajoso financeiramente, levando a uma falta de incentivo para melhorar ou vender.
Um aspeto adicional é o uso destas propriedades como alavanca financeira. Sem considerar o desgaste natural dos edifícios, os bancos podem oferecer maior financiamento baseado em avaliações inflacionadas, o que perpetua o ciclo de abandono e estagnação no mercado imobiliário em Portugal.
Assim, é essencial uma reformulação do sistema de avaliação para criar incentivos reais à revitalização e à renovação urbana.
No Japão, os imóveis depreciam até zero, incentivando a renovação constante. Este modelo extraordinário poderia ser adaptado a Portugal, revitalizando áreas urbanas estagnadas.
Imagina cidades repletas de espaços renovados, onde a inovação habita lado a lado com a tradição. Esta abordagem fomenta um dinamismo urbano essencial. Cada imóvel torna-se um projeto vivo, uma oportunidade para reimaginar e reconstruir.
Ao reduzir valores de propriedades antigas, Portugal poderá seguir este exemplo, promovendo ambientes urbanos mais atrativos e sustentáveis. É uma ideia que não só desafia o status quo, mas também abre portas para um futuro de renovação contínua.