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3 de abril, 2025

A VERDADE CHOCANTE SOBRE OS NOSSOS ANTEPASSADOS c/ Alfredo Cunhal Sendim

Descobre como os nossos antepassados viviam em harmonia com a natureza e o impacto das mudanças climáticas e tecnológicas ao longo dos milénios.

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Gerado pela Frigideira

O que era a Idade das Cavernas?

Durante o paleolítico, também conhecido como Idade das Cavernas, os antepassados humanos aperfeiçoaram capacidades únicas para sobreviver e prosperar. Surpreendentemente, foi nesta era que a escola biológica da espécie humana se formou, revelando facetas fundamentais como o comportamento gregário e a habilidade de corar para manifestar o interesse coletivo sobre o individual. Este período, fundamentado em 99% da nossa existência humana, destaca a habilidade inata de cooperação, independentemente da instrução formal.

Os humanos do paleolítico enfrentavam um ambiente desafiador, o que os levava a adaptarem-se com engenhosidade. Eram caçadores-coletores, transportando consigo "a tralha" essencial, mas sempre em movimento. Esta vida nómada impedia paragens prolongadas mas quando as condições do Holoceno permitiram, escolheram fixar-se em locais ricos em biodiversidade, como os estuários dos rios.

Assim, a genética do homem das cavernas está impregnada na nossa predisposição para a comunidade. Nesta fase inicial, que não requeria estruturas sociais complexas, a forma de vida era moldada pela natureza abundante e pelo instinto de sobrevivência coletivo.

Como o clima do Holoceno mudou tudo?

A transformação climática do Holoceno proporcionou um cenário único para os nossos antepassados humanos. Este período trouxe estabilidade ao clima, permitindo que as comunidades antigas se tornassem sedentárias. Ao contrário do gelo constante que forçava o movimento contínuo, o clima ameno do Holoceno ofereceu um vasto leque de recursos naturais, tornando possível a fixação nos hotspots de biodiversidade.

Nos estuários dos rios, a vida floresceu. Áreas como o Tejo e o Sado tornaram-se locais ideais para estabelecer aldeias permanentes. Estas regiões, repletas de água doce e alimentos abundantes, permitiram uma proximidade única à biodiversidade, essencial para o desenvolvimento inicial das comunidades.

Apenas após esta transformação, as pessoas tiveram a oportunidade de criar laços com o solo e sua abundância. No entanto, como mencionado no episódio do Bitalk com Helena Freitas, o equilíbrio foi frágil. Assim, o Holoceno não só mudou o ambiente, como também moldou a nossa interação com a natureza de maneiras imprevisíveis.

O que são fronteiras ecológicas?

  • Fronteiras ecológicas referem-se a áreas naturais que delimitam diferentes ecossistemas ou regiões biogeográficas.
  • Estas fronteiras muitas vezes coincidem com bacias hidrográficas, influenciando a distribuição de espécies e fluxos de nutrientes.
  • A importância destas fronteiras reside no seu papel na organização da natureza, ajudando a criar identidades ecológicas claras.
  • Bacias hidrográficas são frequentemente vistas como limites ecológicos eficazes devido à organização natural dos fluxos de água e energia.
  • Entender as fronteiras ecológicas pode ajudar na gestão sustentável de recursos naturais e na conservação da biodiversidade.

Como surgiu a agricultura no Neolítico?

A transição para a agricultura no Neolítico marcou um ponto de viragem na história humana. Com o avanço do Holoceno, comunidades que antes eram nómadas passaram a tirar partido dos solos férteis, marcando o início da domesticação de plantas e animais. A introdução da pedra polida foi essencial, permitindo a abertura de clareiras em densas florestas e facilitando o cultivo.

Este avanço tecnológico trouxe consigo a ovelha e a cabra, já domesticadas do crescente fértil, que se tornaram vitais para a subsistência, fornecendo leite e carne. As sementes começaram a ser cultivadas, transformando o solo rico em trigo e outros cereais. Foi um tempo de abundância agrícola.

Com a capacidade de plantação e a abundância de recursos, deu-se uma explosão demográfica. Aldeias cresceram rapidamente, transformando a Península Ibérica num lugar densamente povoado, com cerca de 70 milhões de habitantes no Neolítico Final. Este crescimento populacional nunca antes visto agravou a pressão sobre os naturais ecossistemas. A agricultura, revolucionária por si só, moldou as bases da civilização que conhecemos hoje.

Quais foram as consequências da desflorestação no Neolítico?

A desflorestação durante o Neolítico teve consequências dramáticas, tanto ambientais como sociais. Esta prática, por si só, alterou a paisagem natural da Península Ibérica de forma irreversível. Quando as florestas foram cortadas para expandir a agricultura, a erosão do solo tornou-se inevitável, retirando nutrientes essenciais do ecossistema.

Além disso, a proliferação de doenças aumentou. Com a domesticação de animais, as doenças quentes passaram a atingir os humanos, que pela primeira vez enfrentaram pandemias. A escassez de recursos gerou tensões, levando ao surgimento da violência como uma resposta comum aos conflitos.

Esta instabilidade social obrigou muitos a procurarem refúgio em locais elevados por questões de segurança, vivendo em constante alerta, tal como se discutiu no episódio sobre questões culturais nos incêndios. Assim, a desflorestação do Neolítico foi mais do que uma mera mudança paisagística; foi o início de ciclos de destruição e recuperação que ecoam até hoje.

Como os romanos mudaram a paisagem agrícola?

Os romanos trouxeram uma mudança radical na agricultura, introduzindo impostos e novas práticas que transformaram a relação entre humanos e natureza. Para garantir receitas, taxavam a produção agrícola — focando-se na área cultivada, não na quantidade produzida. Esta prática incentivou o cultivo em larga escala de cereais, oliveiras e hortas, estabelecendo uma economia baseada na agricultura organizada.

Esses impostos marcaram a transição de uma dieta coletiva baseada na recolha para alimentos cultivados, estabelecendo o ser humano como uma entidade diferente da natureza. Com este sistema, áreas antes intocadas foram desbravadas, convertendo vastos espaços naturais em terras agrícolas. Ao mesmo tempo, fomentaram métodos que forçaram deslocamentos, tirando proveito imediato dos solos enquanto a sua fertilidade durasse.

Adicionalmente, com a introdução de impostos, foi criado um sistema económico que exigia ciclos contínuos de produção para manter a ordem romana. Esta transformação mudou a paisagem de forma duradoura, separando ainda mais os humanos do ambiente natural e introduzindo técnicas agrícolas que moldaram a evolução das práticas agrícolas até aos dias de hoje.

Para ver mais sobre a influência romana na cultura, espia essa análise sobre o impacto económico e social da revitalização do Burel.

Questões Frequentes